segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Reação.

Um cigarro e a cabeça sobre a mesa
O que mais viria agora?
Um milhão de coisas podem acontecer
Mas de repente nada importa
A casa está vazia, as ruas choram
Os rostos sem sorrisos
Os pensamentos vazios
Ninguém sabe o que realmente acontece
Quando o vazio bate, a tristeza se aloja e choro não sai
Ninguém se manifesta, ninguém se expressa
A dor dói e fica calada
Olhando pro nada por horas
Mas nada disso nunca se resumiu a felicidade, um sorriso nunca foi prometido
Nossa única certeza era a infelicidade.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Iluminada.

Algumas coisas anestesiaram minha dor
Por um certo tempo eu troquei meu ódio, pelo seu amor
E só depois que a chuva passou
Eu pude olhar com clareza para o estrago que fizera
Levou tudo em mim, só deixou a carcaça
Deitada sobre as ondas, lembrei
Do seu rosto calmo, que me faz tanta falta
Das suas lágrimas frias e seu sorriso quente
Iluminando e matando meus dias
Com o poder que foi dado somente a você
Você, menina e mulher, que enfia em mim a faca
Leva toda minha alegria, e mata-me aos poucos
Com todo o seu amor.
Deixa só a certeza, que meu inferno é você
É dentro de você que pago por todos os meus pecados
Agora envolta, não sinto mais a tua presença
Não sinto mais sua voz a me rodear
Então alguma coisa na barriga avisa
Aquele frio infernal, que só aparece quando a desgraça acontece
Me deixei afundar em um mar de desilusões
Abro os olhos e custo a perceber
Mas ela, ela se foi...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Pontilhão.

Andar pela cidade, é o que faço agora
Cada buraco é uma ferida, é um olhar de alguém que deixou de se importar
Maldita cidade solitária, longe de tudo e perto de nada
Se ajeita entre os grandes chefes do país, mas quase não sobra,
Quase não sobra nada para você, cidade morna
É difícil se manter sóbrio em uma tarde quente
Quando algo parecido com um coração, algo parecido com um sentimento
Adormece...
Deixa a sede e a razão
A vontade de não existir
Ou simplesmente cair do pontilhão.